Um paciente de 55 anos, que sofria de insuficiência respiratória progressiva, em virtude de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), recebeu no dia 18 de agosto, um marca-passo diafragmático. O procedimento foi realizado na clínica Alemaña, em Santiago do Chile, pelo cirurgião Richard R. Gurski e pelo neurologista Francisco Rotta, ambos do corpo clínico do Hospital Moinhos de Vento.
A técnica inovadora amplia em cerca de dois anos a sobrevida de pacientes com complicações secundárias à Insuficiência Ventilatória, decorrente de ELA ou Trauma Raquimedular. Trata-se da 10ª vez que o tratamento é realizado pela equipe da Instituição gaúcha. Desde setembro de 2013, oito procedimentos aconteceram no próprio Hospital Moinhos de Vento, sendo os outros dois na Colômbia.
A equipe do HMV é a única na América do Sul credenciada para treinamento de outros cirurgiões no continente, como nos casos ocorridos na Colômbia e no Chile. Além disso, cirurgiões uruguaios já estiveram na instituição para acompanhar cirurgias, como uma primeira etapa no treinamento que será concluído com procedimentos (ainda sem data definida) a serem realizados em Montevideo.
O Dr. Gurski, ressalta que o implante deste marca-passo estimula diretamente o músculo diafragmático, o que gera benefícios em relação a procedimentos mais tradicionais. “O resultado é mais eficiente, uma vez que, ao contrário dos demais marca-passos, este não atua pela estimulação indireta através do nervo frênico”, explicou.
Estima-se que no Brasil existam cerca de 10 mil pessoas sofrendo com a ELA e complicações decorrentes da doença, que ganhou notoriedade recentemente graças ao desafio do balde de gelo (Ice Bucket Challenge), disseminado nas redes sociais. Desta população, cerca de 20% podem se beneficiar com a utilização do marca-passo diafragmático.
