A pandemia da Covid-19(doença causada pelo novo coronavírus) fez com que diversas rotinas fossem alteradas em todo o mundo. Na área da saúde, uma das consequências notadas foi a suspensão dos procedimentos eletivos – cirurgias, exames diagnósticos e consultas – com impactos relevantes para a sustentabilidade dos hospitais, mas também, para a saúde os pacientes. Segundo a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (FEHOSUL), a pandemia fez com que muitos tratamentos fossem interrompidos, consultas médicas adiadas ou idas à emergência postergadas. A entidade alerta para os perigos da diminuição dos atendimentos nos hospitais, defendendo quea saúde da população não Covid-19 não pode ser negligenciada. O portal Setor Saúde, em parceria com a FEHOSUL, lançou uma série especial de entrevistas com gestores das instituições de saúde, na qual são abordadas as consequências deste novo cenário, que preocupa hospitais, médicos e pacientes.
“No início da pandemia, o alívio nos atendimentos causado pelo ‘fique em casa’ nos deu tempo suficiente para prepararmos estruturas ainda mais seguras de atendimento, tanto para pacientes Covid como não Covid. Mas o volume baixo de pacientes se prolongou. Estamos recebendo pacientes com maior gravidade nas emergências, assim como doentes crônicos que pararam os seus tratamentos e tiveram piora na qualidade de vida. Os indicadores desta deterioração nos cuidados são alarmantes. O que conquistamos de positivo em termos de saúde da população pode ter uma queda colossal em pouco tempo se os pacientes não tiverem o cuidado correto com a sua saúde. Nesta série alertamos para estas situações e apresentamos o que os hospitais estão fazendo para mitigar todo e qualquer risco”, detalha o presidente da FEHOSUL, médico Cláudio Allgayer.
Roberta Pozza aponta que, mesmo antes do início da pandemia, o serviço Urgência e Emergência do Tacchini nem sempre era procurado corretamente. “Muitas vezes as pessoas procuravam o Pronto Socorro em função de uma comodidade maior para si. Ou seja, a pandemia gerou uma diminuição de procura que de certo ponto pode ser considerada salutar para o sistema”, avalia.
Entretanto, a diretora-técnica afirma que também foi observado um número maior de pessoas com receio de contrair Covid-19, que deixaram de procurar o hospital quando realmente necessitavam. “Isso fez com que o Hospital Tacchini registrasse pelo menos dois casos com dor torácica que tiveram sua condição agravada em função da demora na busca pelo atendimento”, diz.
O infarto tem sintomas característicos, como aperto ou dor no peito, no pescoço, nas costas ou nos braços, bem como fadiga, tontura, batimento cardíaco anormal e ansiedade. É uma emergência médica, ou seja, precisa de um atendimento logo quando os sintomas aparecem. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação, representam a principal causa de mortes no Brasil, responsáveis por mais de 30% dos óbitos registrados.
Piva Comércio e Indústria Ltda realizou nesta semana a doação de 250 suportes para máscara individuais e 4 totens de álcool gel com acionamento por pedal ao Tacchini
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Mudança na rotina do Tacchini
Roberta explica que, desde meados de março, o Tacchini passou a funcionar em estado de prontidão. Ou seja, com a emergência da pandemia do novo coronavírus, foram suspensos procedimentos eletivos, exames, tratamentos ambulatoriais e esvaziado ao máximo a ocupação dos leitos, para que a estrutura do Tacchini estivesse preparada para receber as demandas de pacientes com complicações respiratórias. Em
“A partir da liberação do Estado [ocorrida no dia 23 de abril], passamos a fazer um agendamento das cirurgias tempos-sensíveis [mais urgentes]. Pacientes oncológicos, por exemplo, que não podem aguardar um tempo definido para realizar o procedimento sob pena de agravamento da doença, tiveram seus procedimentos realizados a partir da criação de um protocolo especial de segurança tanto para o paciente quanto para a equipe. Na última semana, passamos a iniciar as cirurgias eletivas que podem ser realizadas com planejamento prévio, sempre buscando garantir a segurança de todos os envolvidos”, detalha.
Para a diretora-técnica, como o Tacchini tomou a frente da suspensão das cirurgias eletivas e procedimentos ambulatoriais, não foi notada uma diminuição na procura por atendimento.
Medidas de segurança implementadas
Roberta enumera importantes medidas adotadas pelo Tacchini para garantir a segurança dos pacientes no ambiente hospitalar.
Criação de um comitê envolvendo equipes multiprofissionais para definir com celeridade mudanças necessárias nos protocolos de atendimento;
Construção de fluxos de atendimento separados para pacientes respiratórios [incluindo Covid-19] e demais pacientes;
Aferição da medida de temperatura de todas as pessoas que acessam o Hospital;
Treinamento constante das equipes quanto ao uso de EPIs [equipamentos de proteção individual];
Criação de uma política de cuidado do SESMT [Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho] Saúde que, a qualquer sintoma, mesmo que leve, realiza o afastamento do colaborador;
Modificação das rotinas de higienização do hospital, com o aumento da equipe de higienização;
Todas as pessoas que acessam o hospital utilizam máscaras em 100% do tempo;
Diminuição na circulação em função da limitação de visitas.
Ações de comunicação contam com lives, teleorientação e campanhas junto à imprensa
Uma das principais necessidades, por parte dos hospitais atualmente, é prover informações corretas às suas comunidades em como agir neste momento de pandemia. Dentre os objetivos, os hospitais têm trabalhado em dúvidas dos pacientes e seus familiares, como “quando ir à emergência”, “qual a importância de não interromper tratamentos sem orientação médica”, e principalmente, demonstrar as “ações que hospital vem adotando para garantir um atendimento seguro para todos”.
A diretora-técnica enfatiza que são realizadas, desde o início da pandemia, lives pela infectologista do Tacchini Sistema de Saúde, Dra. Nicole Golin (foto), nos seus canais do Instagram e Facebook, três vezes por semana. Nos vídeos, são feitas atualizações sobre os novos casos e são repassadas informações sobre as ações realizadas dentro do Tacchini, além de dicas de prevenção contra o coronavírus. Roberta salienta que, somadas, as lives realizadas já contam com com mais de 4,8 milhões de visualizações.
“A teleorientação também é um dos instrumentos mais utilizados nos últimos meses. O hospital colocou à disposição um telefone exclusivo para que a população tire suas dúvidas a respeito do assunto. A operadora [de planos de saúde] Tacchimed, do mesmo grupo que administra o hospital, também realizou ligações aos seus associados em grupo de risco. No total foram mais de 10,8 mil orientações realizadas por telefone em três meses”, diz.
A diretora-técnica diz que, ao mesmo tempo, é realizada uma campanha junto aos órgãos de imprensa da região e nas próprias redes sociais do hospital, informando as mudanças em protocolos e restrições, além dos serviços que são oferecidos à população durante a pandemia.